Museu do Instante

A Proposta

O Museu do Instante foi uma intervenção cultural na Praça da Liberdade que buscou desconstruir a ideia do museu tradicional para reconstruí-lo na escala urbana. Propõe-se reduzir a distância entre o conteúdo dos museus e a cultura que é produzida cotidianamente na cidade, valorizando práticas e acontecimentos instantâneos que ocorrem no espaço público.

A intervenção ocupou a Praça da Liberdade durante todo um dia, e foi um evento aberto, no qual o público era convidado a abandonar a posição de espectador passivo e participar ativamente da construção de um museu instantâneo, que tinha no espaço público o seu suporte. O Museu do Instante buscou, a partir do uso coletivo da praça, promover ações culturais livres e participativas, que estabelecessem novos tipos de conexão entre os museus e a praça e entre esta e a cidade.

A intervenção

No dia 25 de janeiro de 2014, o Museu do Instante abarcou atividades como teatro de rua, cinema ao ar livre, troca de mudas e diversas outras intervenções espontâneas. Foram convidados grupos que promovem ações culturais nos espaços públicos de Belo Horizonte, como Sarau Vira Lara, Tirana Cia. de Teatro, Kamelô Gráfico, Em Nome do Amor, Troca de Mudas, Menestréis Erramtes, Dedos Verdes, Micrópolis e Liga Brasileira de Queimada. As fachadas do Espaço do Conhecimento UFMG e do Centro Cultural Banco do Brasil, ambos integrantes do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, receberam novos significados: nelas foram projetadas frases e fotos enviadas pelos cidadãos com o tema “A cultura nas ruas e praças de BH”.

Cenografia

A cenografia criou suportes para atividades programadas e espontâneas do Museu do Instante, tirando partido da conformação da Praça da Liberdade. Os ambientes criados receberam nomes que brincam com o museu tradicional e questionam a rigidez de seus espaços: Galerias, Auditório, Sala de Jogos e Sala de Conferência. Devido a seu caráter efêmero, o projeto cenográfico do Museu do Instante utilizou materiais leves e de montagem rápida. Andaimes tubulares foram utilizados para conformar cinco totens ao longo da alameda central da Praça, que serviam como suporte para a cobertura, a sinalização e as chamadas Galerias (infraestruturas de apoio aos grupos convidados). Os andaimes criam volumes e suportes para diversas formas de apropriação mantendo a permeabilidade visual e as visadas para o entorno. A sinalização e a cobertura foram feitas com tecidos leves e coloridos, conferindo um clima festivo à intervenção.

A instalação Deriva – projeto de Lucas Durães e Rafael Gil – foi remontada e fez parte da conformação de um Auditório ao ar livre, recebendo apresentação de teatro de rua, performances circenses, música e uma edição especial do MUMIA – Mostra Udigrudi Mundial de Animação.

Projeto aprovado no edital Circuito Aberto!, do Circuito Cultural Praça da Liberdade

Belo Horizonte, 2014

Ficha técnica:
Idealização, produção e cenografia: Dobra Arquitetura e Paula Bruzzi
Produção geral: Sirlene Magalhães e Irene do Carmo
Produção teatral: Luciana Brandão
Montagem: José Carlos, Dobra Arquitetura e Paula Bruzzi
Fotos: Rosanna Ruettinger

Matéria na revista britânica Blueprint Magazine

Clipping

O Deriva transformou-se em Auditório, recebendo teatro, música e cinema

As Galerias eram suportes para diversas formas de apropriação

Galeria 3 recebeu o projeto Troca de Mudas, com varal de dicas e receitas e oficina de plantio para crianças

Atividades como o Sarau Vira Lata permitem a ação dos usuários no Museu

Fotos sobre a cultura urbana belorizontina, enviadas pelo público do evento