Ontem, tivemos o prazer de receber no Guajajaras Comunidade Criativa o Antônio Figueiredo e a Fernanda Goulart para um bate-papo acerca do resgate da memória de Belo Horizonte a partir de objetos do cotidiano. Ambos têm interesse comum em valorizar e reunir objetos que remetem a tempos passados e que são comumente descartados, seja pela obsolescência programada que acompanha a multiplicação infinita de produtos industriais, seja pela dinâmica imobiliária de substituição de edificações recorrente em nossas grandes cidades.
O Antônio nos contou sobre o surgimento do seu interesse em reunir objetos do cotidiano e explicou o projeto do museu que pretende abrir em breve. Por meio de uma sequência de fotos feitas em um dos oito galpões onde mantém mais de 100 mil objetos recolhidos ao longo de quase 30 anos, o objeteiro revelou as histórias por trás de algumas peças: suas especificidades, curiosidades, e as formas inusitadas em que foram encontradas. O rico acervo de Antônio forma um retrato fragmentado e detalhado da história do cotidiano mineiro. Você pode ler mais sobre o Antônio e seus objetos nesta matéria da revista Piseagrama.
Já a Fernanda apresentou o Urbano-Ornamento, um trabalho encantador que desenvolve em seu doutorado e que gerou como fruto a publicação de um livro que será lançado por meio de financiamento do Catarse. Ela relatou o que a instigou a iniciar a pesquisa, como se deu a consolidação da ideia e a metodologia abordada pelo processo de inventariado de gradis, um dos principais produtos de sua investigação. O que começou como uma coleção particular de fotos e lembranças tornou-se um abrangente inventário de modelos de grades ornamentais de Belo Horizonte.